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meus calçados nostálgicos

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Andei descalço, usei sapatinhos de croché, sandalhinhas e botinhas ortopédicas. Usei havaianas, conga, bamba e kichute. Usei tênis marca diabo, tênis chulezento de meus irmãos mais velhos e outros que depois de estropiados por eles ficavam pra mim. Desenhei nos meus tênis yatch e num outro parecido que tinha cadarços. Comecei a trabalhar aos quatorze anos e finalmente consegui comprar meu primeiro adidas três listras (marathon). Usei all star, nike e outras marcas, mas logo em seguida comecei com botas west coast. Achei ter chegado ao topo do mundo quando usei tênis branco com meias brancas tipo jogador de tênis, mas o uniforme ficava ainda mais completo com bermuda branca e camisa polo com um jacarezinho no peito. Época em que ficar igual aos modelos de revistas masculinas (playboy, homem, penthouse...) era o supra sumo da soberba, pois ficávamos melhores do que éramos, mais bonitos, glamourosos com cara de rico. Ledo Engano, eu ostentava um status que não era a minha

Um instante a mais

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Por que comemoramos casamento, se com ele abro mão de minha liberdade em detrimento do compromisso  inexoravel de agradar para o resto da vida a pessoa o qual faremos juras de amor. Por que comemoramos um nascimento, se com ele vem inevitavelmente o crescimento demográfico, o aumento do consumo e a diminuição da oferta de leitos hospitalares, classes escolares, alimentos e espaços nas ruas. Por que comemoro aniversário, se ele significa que com o passar dos dias iremos nos afastando cada vez mais do que mais amamos (colo, brinquedos, ingenuidade, pais...) Por que comemoramos passar de ano e formatura, se com o fim do período letivo iremos nos despedir de nossos colegas e dos momentos de aprendizado e alegria que passamos com eles. Enfim, p or que comemoramos um momento a mais, se com ele estamos cada vez mais próximos do fim.

Pedras na vidraça

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Sabes do meu respeito pelo amigo, mas o que está nas ruas não é meramente um bando de analfabetos políticos, muito ao contrário, são jovens que estavam atras de telas de computador absorvendo todo tipo de informação possível, ouvindo ao longe seus pais reclamarem o tempo todo que não tem grana pra isso ou para aquilo. Quando saiam às ruas esperavam quase uma hora para pegar um ônibus, entravam na lata de sardinha, ficam de pé, com um monte de gente mal intencionada bolinando meninas e batendo carteiras. Chegavam em escolas precárias que vão desde fachadas horríveis, a classes quebradas, banheiros imundos, sendo atendidos por professores insatisfeitos que mais reclamam do salário do que dão aulas. No intervalo vão encontrar centenas de outros jovens que em casa sofrem todo tipo de humilhação e abuso, sendo que alguns extravasam refletindo suas vivencias de forma violenta, tanto física quanto emocionalmente sob os demais. Aos poucos juntam-se afinidades e ai vão se formando gangs (bond

Vamos colorir a vida

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kkkkk, sábado, vou te contar. Acordei vendo quanto a maioria dos brasileiros tem medo de descobrirem que são gays, sim, vieram com palavras de ódio a quem quis entrar num simples brincadeira de colorir suas fotos. Soltaram todo tipo de verborreia para quem simplesmente soltou a criança dentro de si. Talvez tentando encontrar o pote no fim do arco-iris, talvez colorindo suas fotos como estes livrinhos que estão disseminados por todos os cantos ou realmente apoiando a liberdade que foi conseguida a muito custo dentro do país que se diz a maior democracia do mundo, mas que somente as custas de um único cidadão que não sossegou enquanto não teve o nome de seu falecido marido aprovado pela Suprema Corte Americana na certidão de óbito, afim de dividir o espólio que certamente construíram juntos, mas que provavelmente estava preso pelo estado em nome de uma legislação restritiva e retrograda. Enfim, vimos aqui a clara demonstração de intolerância religiosa propagada por ditos cristãos, sim,

Feitiço de Áquila moderno

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Como no romance em que apaixonados quase conseguem tocar sua paixão no limiar entre o ocaso e o nascente, hoje em dia as diferenças sociais impossibilitam o amor numa linha similar. Quando um pobre tenta tocar suas paixões disponíveis a classes mais abastadas, o  abismo social abre-se sob os pés dos apaixonados, impossibilitando que um transponha o preconceito entre uma classe e outra. Só o amor supera os obstáculos, tenha humildade ao subir ou descer seus degrais sociais, pois todos somos iguais frente o obscurantismo de qualquer que seja sua vivência.

CARNAVAL DE BLOCOS DE RUA Porto Alegre

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Lembro daquele dia que estava tomando uma ceva no Bar e Restaurante Copão com o Marcelo Elias e outros amigos, quando veio a Iolanda, aquela vendedora de incensos de cabelos roxos, convidando para nos juntarmos ao bloco dos loucos que tava se formando ali na Sophia Veloso. Daqui há pouco veio aquela gente feliz fazendo a maior festa e arrastando quem gosta da coisa junto com eles.  Contagiados entramos na folia naquele momento da passagem e em seguida voltamos pro boteco. Ainda em êxtase proferi a seguinte frase: "isso vai dar o que falar, isso só tem a crescer", pois infelizmente os portoalegrenses como nós adoram ir pra Laguna e outras praias de SC e acabam não aproveitando a Rua do Perdão que acontece exatamente na terça-feira de carnaval. No outro ano o Bloco Maria do Bairro já tinha um contingente maior, formado inclusive pelas velhinhas do asilo da rua. Estávamos lá anonimamente divulgando de boca em boca o encontro do bloco, com tímidas participações do poder

CARNAVAL DE RUA Porto Alegre, origem da retomada das ruas

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Lembro daquele dia em que estava tomando uma ceva no Bar e Restaurante Copão com o Marcelo Elias e outros amigos, quando de súbito, veio a Iolanda, aquela vendedora de incensos de cabelos roxos, nos convidando para nos juntarmos a um bloco artistas, gente da noite e loucos que estava se formando ali na Sophia Veloso. Relutamos e dissemos que aguardaríamos o bloco passar na frente do bar. Daqui há pouco veio aquela gente feliz fazendo a maior festa e arrastando quem gosta da coisa junto com eles. Contagiados entramos na folia e em seguida voltamos pro boteco. Ainda em êxtase proferi a seguinte frase: " isso tem tudo pra dar certo e não vai mais parar de crescer , pois nós portoalegrenses adoramos carnaval e temos de ir pra Laguna ou outras praias de Santa Catarina para aproveitar a festa de momo e devido a isso acabamos não aproveitando nem a Rua do Perdão que acontece todos os anos na terça-feira de carnaval." No outro ano, o Bloco Maria do Bairro já tinha um contingent