CARNAVAL DE BLOCOS DE RUA Porto Alegre

Lembro daquele dia que estava tomando uma ceva no Bar e Restaurante Copão com o Marcelo Elias e outros amigos, quando veio a Iolanda, aquela vendedora de incensos de cabelos roxos, convidando para nos juntarmos ao bloco dos loucos que tava se formando ali na Sophia Veloso. Daqui há pouco veio aquela gente feliz fazendo a maior festa e arrastando quem gosta da coisa junto com eles. 

Contagiados entramos na folia naquele momento da passagem e em seguida voltamos pro boteco. Ainda em êxtase proferi a seguinte frase: "isso vai dar o que falar, isso só tem a crescer", pois infelizmente os portoalegrenses como nós adoram ir pra Laguna e outras praias de SC e acabam não aproveitando a Rua do Perdão que acontece exatamente na terça-feira de carnaval. No outro ano o Bloco Maria do Bairro já tinha um contingente maior, formado inclusive pelas velhinhas do asilo da rua. Estávamos lá anonimamente divulgando de boca em boca o encontro do bloco, com tímidas participações do poder público e imprensa, que ajudaram graças a exposição do Miltinho Talaveira e demais membros do bloco. 

Anos depois começaram a rolar apresentações do Instituto Brasilidades e outros grupos ali na Travessa dos Venezianos, novamente falei, isso vai bombar. Não deu outra, os domingos da Travessa foram um sucesso, ainda mais quando o Turucutá Batucada Coletiva Independente fez um arrastão junto com o Bloco da Laje, desde o Largo Zumbi dos Palmares, passando pela João Alfredo até chegar na Travessa, inaugurando uma nova fase do carnaval de rua da Cidade Baixa. No outro ano surgiram outros blocos e não pararam mais de crescer.

Fico muito feliz por ter participado anonimamente como voluntário na divulgação dos primeiros eventos e agora com a entrada efetiva do poder público e da imprensa gaúcha nas festas de rua em Porto Alegre, mas ainda existe muito a fazer, pois estes blocos tem que ter o respaldo da grandeza que eles representam para cultura popular e a retomada responsável dos espaços públicos.
Bom carnaval a todos. Como minha mãe dizia: juízo

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