Fui, voltei, pra lá e pra cá.
Saí quantas vezes eu quis.
Fiquei por vontade, por desejo,
mesmo que sem sentido.
O que importava era estar,
compartilhar, sentir, vivenciar.
Pela ampulheta escorriam os instantes.
O fim do setênio iria chegar;
alguém precisava decidir:
virar, mudar, sacudir, tentar.
A areia escorreu, e ninguém mexeu.
O fim do ciclo chegou.
Aquilo que parecia infinito findou,
e agora fica ali, na estante, empoeirando.
Cabe a mim levantar do sofá,
sacudir a poeira
e colocar o objeto no baú das memórias,
que escorrerão por entre as frestas do tempo,
até um novo tempo começar.
@AdilsonDi