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sexta-feira, 6 de junho de 2025

Eu, consumido.

Levantei a qualquer dia, a qualquer hora,

no frio ou no calor

me entreguei, me superei

Transformei ingredientes em amor.


Sozinho, esperei.

Temperei a espera com esperança.

Enquanto na panela ferviam as expectativas,

no forno abatumava a reciprocidade.


Mesmo separando o melhor pedaço de carne,

a minha própria carne,

sou devorado, sem emoção.


O menir gourmet virou pirão,

coberto de frieza e servidão.


No fim da ceia

quem se oferece por inteiro

vira resto de si mesmo,

e na louça suja acumulada,

ficam as migalhas da indiferença.


@AdilsonDi