domingo, 7 de novembro de 2021

Pra que?

Pra quê fazer postagens e comentários em redes sociais, onde está cheio de crimes hediondos, fofocas, mentiras e relacionamentos desequilibrados?

Certa vez, uma pessoa me perguntou por que eu perdia tempo comentando em postagens que me causavam desconforto. Respondi que não conseguia me calar diante de injustiças motivadas pela ignorância alheia. Ela, então, ponderou que não entendia o motivo pelo qual algumas pessoas buscam situações que apenas geram estresse e ansiedade.

Naquele momento, não compreendi totalmente, mas com o tempo passei a observar melhor o meu próprio comportamento e o dos outros. Aos poucos, fui percebendo que, muitas vezes, não faz sentido — e raramente traz algum benefício — fazer comentários sobre postagens alheias que só alimentam um ciclo de negatividade.

Essa reflexão começou a se tornar mais clara sempre que me vi impulsionado a reagir de maneira impulsiva. E, com o tempo, passei a pensar também sobre outras questões, como a tentativa de entender certos crimes, especialmente os hediondos, onde a crueldade parece ser um traço de quem os comete.

Se uma pessoa pode realizar atos terríveis e achar isso normal, ou falar mal de outra sem piedade, por que tentar entender suas ações? No fundo, essas atitudes são uma parte da essência de quem as pratica, e isso não significa que precisamos concordar com elas ou aceitá-las.

A convivência humana é cheia de desafios, principalmente quando há desequilíbrio nas relações. Por exemplo, as mulheres, ao longo dos séculos, têm lutado contra a condição machista imposta a elas. A chamada "dona de casa" é muitas vezes aquela que se dedica incansavelmente para garantir que seu lar seja confortável para si, para os filhos e para o marido. Mas o que realmente motiva essas mulheres a agirem assim? E a maioria responde que é por amor aos seus.

Mas, ora, o amor não deveria ser algo recíproco? Não é o amor uma troca entre as pessoas? Então, por que muitas se sentem obrigadas a se submeter a situações que não reconhecem como justas? Será que, por algum motivo, essa incondicionalidade está tão enraizada nelas que se torna quase parte de seu ser?

Após muitos anos tentando entender os comportamentos dos outros, cheguei à conclusão de que talvez não seja necessário entender todas as pessoas — e, muitas vezes, nem a nós mesmos.

O universo é feito de ações e reações. E, a cada movimento que fazemos, estamos sendo observados por tudo o que nos cerca, especialmente por outras pessoas, que muitas vezes provocam nossas reações, desafiando-nos a responder às suas ações.

Agora, começo a compreender a jornada de Buda, Jesus e outros grandes mestres que passaram por este plano. Eles passavam horas em meditação, buscando esvaziar suas mentes e se libertar do desejo de entender tudo ao seu redor. Ao mesmo tempo, dedicaram suas vidas a compartilhar sabedoria com todos aqueles que cruzaram seus caminhos.

Estou começando a entender que talvez não haja tanto sentido nas ações dos outros quanto imaginamos. E que, muitas vezes, a melhor resposta é o silêncio — que, por vezes, diz mais do que qualquer comentário poderia.

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