domingo, 14 de dezembro de 2025

O que fica?

E se a partida fosse antes da partida? E se o silêncio fosse permanente, em vez de temporário?


O que seriam dos momentos se já não houvesse momentos, apenas ecos de outros momentos?

Hei de guardar lembranças antes que a memória vague e se torne apenas uma vaga lembrança.


Sonhos, nem sei se ainda os tenho, pois já nem me lembro mais.

Já vi velas sendo sopradas. Umas velejavam, outras eram apagadas pelo sopro infantil.

Hoje, pagam promessas ou homenageiam os que pegaram o trem antes.


No fim, resta o instante que insiste em existir.

Talvez viver seja isso: cuidar do agora antes que ele também parta,

seja o bolo, o coração

ou o caminho que segue rumo aos recomeços e aos fins.


Adilson Di @AdilsonDi

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