O lixo de Porto Alegre

Há muito tempo tenho postado e comentado assuntos sobre o lixo de Porto Alegre, principalmente no que tange aos lixões criados pela população em todas esquinas da cidade, principalmente no meu bairro. Ontem (12/12/2013) vi um comentário comunicando que a Prefeitura encaminhou o Projeto de lei complementar do executivo - PLCE 12/2013 para apreciação da Câmara de Vereadores e para minha surpresa achei o mesmo muito redundante.

O princípio básico do lixo parte desde o simples jogar de uma bituca de cigarro no chão, o qual não encontrei em momento algum do texto, referencia ao uso de cinzeiros em locais de grande concentração de pessoas como no caso de áreas de fumantes em shopping´s, bares e restaurantes e empresas, pois a grande maioria joga a bituca em qualquer canto, principalmente nos canteiros destes estabelecimentos comerciais, gerando um mal hábito nestas pessoas, de que qualquer lugar serve para desovar o bendito resíduo deste famigerado produto toxico, principalmente em praças e lagos da cidade. Ou seja, não foi colocado no Projeto de Lei a obrigatoriedade da colocação de pequenas lixeiras ao redor destes locais, e se esta ideia parece esdruxula, como podemos pensar no futuro do lixo da cidade se não nos preocuparmos com os pequenos detalhes.

Neste sentido me ative em ler todo Projeto e também constatei que em momento algum fora citado a atividade do catador, este que torna-se cada vez mais uma questão social que amplia o problema do lixo na cidade, pois são estes que rasgam os sacos de lixo deixando que se espalhem todo tipo de imundícia pelas calçadas. Este indivíduo deveria ser a prioridade no sentido da educação e incentivo para o recolhimento adequado, quicá tornando-os agentes de transformação social no que tange a educação sobre o descarte correto dos resíduos sólidos, mas não, o Projeto prevê que o lixo seja propriedade do Governo e não das pessoas, o que dificultará novamente a regularização desta situação que não para de crescer.

Outra coisa que senti falta, foi das palavras edifício e condomínio, pois estes são geradores de grande quantidade de resíduos. O Projeto de Lei incentiva que os lixo seja deixado no cordão da calçada para posterior recolhimento, ora, os prédios fazem uma montanha de sacos na frente, vem o catador, rasga todos os sacos, vem a chuva, o vento, espalham tudo pra tudo que é lado. Deveria ser criado um artigo especifico para este tipo de usuário, criando a obrigatoriedade do uso de recipientes específicos para cada tipo de lixo, sendo que os mesmos devem ser levados a frente somente nas horas de recolher, ahhh, o condomínio não tem empregados para fazer isso todos os dias, ahhh, o condomínio não tem um lugar para armazenar o lixo para ser dispensado somente num dia, ora, ora, então eles tem que criar isso, prever em seu regimento interno a organização do descarte, para que não fique ao leo tal situação.

Agora ver os adendos sobre oferendas religiosas derivadas da "morte" de animais por igrejas de origem africana, e sobre impressos das igrejas evangélicas, terem descontos nas multas e não serem tratados como lixo comum É UM ABSURDO, afinal o estado não é laico, os animais não tem vida, jornal de igreja não é papel? Fala sério, estes itens são cômicos e ridículos. No mínimo tinham que ser criados locais para cultos religiosos e despojo destas dejetos.

Enfim, acredito que este projeto tenha que passar por algum crivo popular para análise, pois ele está muito vago, com muitos assuntos a serem acrescidos e diminuídos, pois a cidade que se prepara para receber a copa do mundo de futebol tem que pensar muito mais adiante, e esperamos que os(as) vereadores desta cidade tenham no mínimo coerência para apreciação deste item importantíssimo para a cidade.



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