Sentimento de um Cabo Eleitoral ou Assessor Político

Após vários meses metendo o pé no barro, falando em nome do candidato para amigos, parentes, colegas, comprometendo-se que o candidato fará tudo aquilo que estamos falando, caminhando sob chuva ou sol, sacudindo bandeiras, entregando santinhos, colocando placas e cartazes, acaba restando somente dois sentimentos nas pessoas que trabalharam durante a toda campanha eleitoral, e ficam no aguardo das decisões do sujeito ora eleito:

1) Sou indispensável:
É aquele que será contratado para assessorar o parlamentar ou irá ganhar um cargo em algum órgão do governo eleito, e se subdividem em:

a. Básico: Será aquela meia dúzia que irá ser nomeada e que ficará com a incumbência de no primeiro dia de gabinete começar a preparar a próxima campanha, agradecendo os votos conquistados, captando novos, fazendo o lastro de campanha, atendendo os milhares de mordedores que irão aparecer na porta, e fazendo alguns projetos para o povo.

b. Entulho – Aqueles ex-políticos, parentes, amantes que só ficam ocupando espaço nas campanhas e gabinetes;

c. Frágil – Aquele que se envolve demais na vida do político e ta sempre prestes entrar em colapso nervoso, ou aquele que ta sempre pela bola 8 para ser demitido ou trocado por outro;

d. Tóxico – Aquele que não tem nem o voto dele pra passar, mas que ta sempre de papagaio de pirata do lado do político, articulando o seu lado pessoal, louco pra levar uma vantagenzinha brasileira afim de ajeitar o seu ladinho, fazendo lobby e provocando intrigas pessoais com os cabos eleitorais e assessores para dizer que ele é o cara enquanto os outros não prestam tanto quanto ele.

2) Sou dispensável:
Este é o resto todo, e que são classificados da seguinte maneira:

a. Reciclável – Aquele que fica por algum tempo nos gabinetes quando o político estiver no poder, ou aquele que ajuda na época da campanha, e depois de muito tempo pode ser reaproveitado;

b. Descartável – Aquele que é usado só na época da eleição, ou aquele que serve de quebra galho no gabinete enquanto apresenta cabos eleitorais ao político e depois é jogado fora;

Comentários

  1. Interessante. Simples e interessante. Mais que isso. Aplica-se a vários outros aspectos das relações humanas e não apenas a cabos eleitorais. Com absoluta simplicidade conseguiste relatar e demonstrar, dessa vez sem sutileza, o quanto de cuidado devemos ter com a "banalização" nas relações entre as pessoas, quaisquer que sejam.
    Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. obrigado, mas gostaria de ver sua assinatura por aqui.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comente e identifique-se

Postagens mais visitadas deste blog

Noutros tempos

Tessitura da Vida: Entre Conspiração e Realização