Independência sim, morte não.


Analisando friamente a frase proclamada no dia 7 de setembro de 1822, pelo então príncipe regente do Brasil, Dom Pedro, ao qual era o representante do Império Português em nossas terras, podemos dizer que de independência não tivemos nada, muito ao contrário, foi neste ato que a burguesia brasileira alcançou a glória, aumentando a grande diferença entre pobres e ricos, pois as elites deixaram de pagar os altos impostos ao império português, e começaram a ter privilégios econômicos e políticos, frente ao proclamado ato de independência.

Como em toda historia de rei e rainha ao longo da epopéia da humanidade, a independência do Brasil na verdade significou a emancipação financeira dos filhinhos do papai imperador português, que desde a chegada da família real no dia “12 de outubro” de 1808, (coincidentemente dia da criança) planejaram este golpe.

Não bastando o grande salto dos membros da corte brasileira, tivemos ainda a significativa benevolência da Grã-bretanha, que generosamente concedeu-nos uma vultosa quantia a título de empréstimo, a fim de comprarmos o direito a independência junto à coroa portuguesa, iniciando assim a tão famosa divida externa brasileira. Ainda, por sugestão do imperador Dom João VI, que em 1808 criou o Banco do Brasil, os independentes sacaram toda reserva de capital deste, para que fosse levada junto com o dinheiro britânico a Portugal, sendo que esta instituição em 1829 não resistiu e foi o primeiro banco brasileiro a quebrar.

O que mudou desde então? Os bancos pararam de quebrar, paramos de pedir dinheiro a povos estrangeiros, a elite brasileira começou a dividir seus lucros com as classes mais baixas, os conchavos do poder cessaram, e deixamos de ser crianças ingênuas que seguem seus tutores (governantes) cegamente, sem contrariar suas imposições. Pois é, nada mudou, e ainda, o decorrer da história foi uma universidade aos espoliadores do povo, que todos os dias aprendem novas formas de surrupiar os míseros tostões ganhos pelos trabalhadores.

Como no velho testamento, precisamos ter uma revolução cultural no Brasil e no mundo, a fim de amenizar os efeitos desta avareza dos soberanos brasileiros. Esta revolução precisa inverter a roda econômica, política e hoje em dia jurídica, pois os criminosos de colarinho branco deveriam cumprir penas muito maiores que os simples ladrões de galinha, que são os únicos que são condenados neste país.

Eu faço minha parte fazendo este relato a vocês, e também exercendo a cidadania, onde ensino muitas pessoas a buscarem através da organização de coletivos, a cidadania tanto esperada.

Desejo que vocês busquem dentro de si, o espírito da rebeldia social, a fim de encontrar-mos as soluções para os grandes paradigmas sociais que afligem nossa nação, para que um dia, possamos realmente dizer que o Brasil não morreu, e sim alcançou plenamente sua independência.

Independência sim, morte não.

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